Mell & Lucas - Quando tudo está bem, descobrimos uma avalanche

" Sábados de manhã não são feitos para acordar, sábados de manhã são feitos para dormir. Aparentemente ele discordava de mim.

Lucas se levantou as 8 horas da manhã e parece que não se importou em fazer barulho. Em menos de 20 minutos eu estava na cozinha junto com ele, talvez de uma forma um pouco forçada, mas eu estava.Na nossa cozinha, ri ao pensar essa besteira. Já estávamos juntos a mais de 1 ano e essa idéia de nós não entrava em minha cabeça.

Especialmente agora, que estávamos distantes.

Ele se aproximou de mim, segurando em minha mão daquele jeito que só ele é capaz. Me olhou nos olhos e não disse nada. Eu desviei o olhar e percebi que ele estava esperando por algo. A parte ruim dos relacionamentos é o fato de conhecer um ao outro tão bem, que nem um olhar se escapa.

É claro que eu iria contar tudo que havia acontecido na tarde anterior, eu não tinha capacidade de mentir para ele. Eu não sei por que deixei acontecer tudo aquilo, não depois de tudo que passamos juntos no ano anterior.Enquanto Luize e as outras meninas deixavam de ser um fardo que eu deveria carregar todos os dias, e passavam a ser parte do passado, eu estava trazendo para o nosso presente algo que poderia ser muito mais prejudicial. Os homens são mil vezes mais ciumentos que as mulheres, e Luize foi uma ex-namorada e não uma simples colega de sala que roubou alguns beijos.

Lucas colocou a mão em meu rosto e eu o olhei rapidamente, tive a estranha sensação de ser o ser humano mais sujo do mundo. Estava fraca e , claramente, sem a mínima capacidade de discutir de alguma maneira.

Eu não pude ver as palavras se jogarem para fora de minha boca.

- Bruno me beijou. - disse da maneira mais rápida e direta possível, eu mal conseguia o olhar nos olhos - Eu não tenho culpa, aconteceu na biblioteca, durante os estudos. Eu tentei evitar, saí logo do lado dele e vim para casa. Eu juro, Lucas, não significou nada para mim.

- Eu sei desse beijo , Mell. Eu só não entendi por que você não me disse nada ontem. - ele soltou minha mão e se virou devagar, caminhou em passos lentos até a escada. Um último olhar me dizia, que nada estava bem. E, sinceramente, eu não sabia o que fazer. [...] "

PS: post, tecnicamente, dedicado a Bruna C. , o motivo de eu continuar a escrever.

PS²: ninguém nunca leu o que eu escrevo, sejam legais (;